muxx


fast forward
March 5, 2009, 12:11 am
Filed under: LEITURAS, MUSICAS

um dia de ouvir portugalidades e ler o público …espantalhos dos amantes… Silva Lopes defende o congelamento dos salários “normais” e a redução dos mais elevados …vão vivendo na província dos obséquios… PS promete chumbar projecto do BE sobre arrendamento social pactuando enquanto der …afujentamos o desejo… Governo de Cartum expulsa organizações humanitárias do Sudão …estás demitido… Entrevista a Messi: “Os instintos de Cristiano Ronaldo são fora do normal” …obviamente demitido… (forward, forward, forward) …Sea, sex and sun… Non, en dépit des apparences, ”Le Canard” ne vient pas barboter sur le net …Le soleil au zénith… …Sea, sex and sun… …Tu es de la dynamite…



the comedians
September 21, 2008, 10:13 pm
Filed under: FIM DE SEMANA, HAITI, La Paz, LEITURAS

“haiti summed up just about everything that Graham Greene required in a foreign destination (…) it was distressed, tropical, ramshackle, overcrowded, poor and on the brink of civil war. it was governed by a bogeyman. it was famous for its brothels and its slums and its weird expressions of religious faith – catholicism and a mishmash of african ritual. (…) its ornate hotels were in a state of decay, yet there was enough alcohol available (…) the tourists had given up on it – too frightened. the only expatriates in the place were shady businessman and foreign ambassadors, with the requisite number of bored wives. Add to this voodoo, political tyranny, rum punch and sunshine, and the result is an agreeable and colorful horror”.

para actualizar o livro de Greene a 2008 só se precisava juntar à prole de expatriados “the UN and its humanitarian and development workers”. e estes “comedians” podem não ser dos melhores de se ler, mas resumem bem relações interpessoais nascidas de uma atractiva frase “comedy is meaningless but is at least a relief from misery and sadness”. risos nas piores das alturas fundaram relações que mantenho até hoje: durante dramas – menos complexos – das aulas de geoquímica, durante crises em timor, durante faltas das coisas mais básicas em vários sítios recônditos, durante as cheias no haiti. e quanto maior a tragédia, mais aguçada se torna a vontade de rebentar em risos – vontade matreira, bem escondida logo por baixo da flor da pele. “you need a sense of humor to believe in God, he says, but humor is also useful in Haiti”. “trade has failed, agriculture has failed, even rebellion has failed”.

não sei se o livro se recomenda, ainda não consegui perceber bem. mas lê-lo está-me a dar bastante prazer. imagino que “The Comedians” traduzido para “Os Comediantes” não seja tão apelativo.



volta ao mundo em três anos e tal menos um dia
September 4, 2007, 1:23 am
Filed under: LEITURAS

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“por muito curta e perigosa que tenha sido a escala em Cabo Verde, é precisamente aqui que, no último minuto, o bom cronista Pigafetta consegue finalmente viver um daqueles milagres que o tinham levado a embarcar; ele é o primeiro a constatar, em Cabo Verde, a existência de um fenómeno que, pela novidade e importância, irá ocupar e alvoroçar toda uma época: os tripulantes encarregados de ir a terra arranjar víveres, regressam espantados com a notícia de que é quinta feira, enquanto que no navio lhes haviam assegurado ser quarta. Pigafetta fica estupefacto, pois nunca deixou de escrever meticulosamente o seu diário, dia após dia, ao longo daqueles quase três anos de viagem. Sempre contou, sem interrupção, todos os dias da semana, segunda, terça, quarta, durante todos aqueles anos. Teria esquecido algum dia? Pigafetta coloca a questão ao piloto Alvo, que increve igualmente cada dia no seu diário de bordo, e também ele tem assinalado que ainda só é quarta feira! Ao navegarem sempre para ocidente, algum dia deve ter caído, inexplicavelmente, do calendário dos circum-navegadores; a comunicação que Pigafetta faz deste curioso fenómeno surpreende todo o mundo civilizado, pois põe a descoberto um mistério que nem os sábios gregos, Ptolomeu e Aristóteles, haviam sequer suspeitado, e que só a iniciativa de Magalhães permitiu revelar (…)”

Stefan Zweig “Magalhães, o homem e o seu feito”



La fascination du grand large…
June 16, 2007, 1:31 am
Filed under: LEITURAS, PORTUGAL

Jerónimos em Lisboa

Comme l’a écrit Fernando Pessoa : « Toutes les nations sont des mystères, et chacune un mystère par elle seule ». C’est particulièrement vrai dans notre cas. Les Portugais ont l’habitude de considérer leur histoire comme une énigme. Ils ont seulement conscience d’avoir été un peuple porté par une vocation messianique. Ils se sentent, en effet, les héritiers d’une sorte de nation-navire qui a accompli son rêve, abandonnant très tôt le petit rectangle de la péninsule Ibérique où elle était à l’étroit, pour se transporter loin de l’Europe, jusqu’aux confins de l’Océan Indien. Là-bas, loin de ses racines, voici une singulière nation qui a tenté de fonder, sous la bannière du christianisme, un empire planétaire. […]

Malgré ou à cause de ce penchant onirique, les Portugais, en tant qu’individus, sont dépourvus à un degré rare d’un sentiment tragique de leur destin. C’est comme si depuis toujours, le suave paysage portugais avait conditionné leur manière de vivre, et même leur hégémonie dans le monde, à l’époque où le Portugal y a joué les premiers rôles. De ce lointain passé, il semble que nous ayons hérité d’un sentiment de fatalité, a vrai dire très…Oriental. D’ailleurs, en y réfléchissant, nous pouvons découvrir une certaine analogie entre la soumission a Dieu et sa volonté souveraine telles que la culture islamique les prône, et la confiance spontanée et naïve en la Providence, trait caractéristique des Portugais. D’autant que notre histoire, au total, représente l’une des pages les moins tragiques de la Vielle Europe. La guerre civile, par exemple, ne fut jamais notre sport favori. […]

Lorsqu’ils ont perdu leur empire, les Portugais, à mi-chemin entre la réalité et le fantasme, ont assuré collectivement que cette disparition peu glorieuse d’un monde qui s’étendait de Rio de Janeiro à Malacca ne leur l’importait guère. N’en croyez rien. Lors de notre retour à la case départe, dans notre petit rectangle ibérique, nous fîmes comme si nous n’étions jamais partis, et surtout comme si nous avions oublié ces voyages qui nous ont donné la seule image qui nous distingue d’autres peuples : ce fut une réaction à la fois pathétique et pitoyable. […]

Oui, pas de doute : nous sommes les plus orientaux des Européens !

Leitura de praia. Obrigado a quem pagou os selos para me enviar a GEO Hors-série PORTUGAL. Em cima copiei alguns excertos do artigo de abertura escrito por Eduardo Lourenço.



micro multiplexador
May 1, 2007, 7:19 pm
Filed under: LANGUAGES, LEITURAS

pensava que mmux não quereria dizer nada em qualquer língua falada. parece que não, para os arquitectos de computadores tem bastante sentido. “Mmux – Micro Multiplexador: recebe como entradas a saída do Incrementador e o campo ADDR do MIR. De acordo com a lógica de microssequenciamento, seleciona uma delas para escrever no PC.”



further readings
April 27, 2007, 1:25 am
Filed under: LANGUAGES, LEITURAS

Selier, A. Atlas des peuples d’orient – Moyen-Orient, Caucase, Asie Centrale McLuhan, M.; Fiore, Q. War and Peace in the global village Lawrence, D.H. Lugares Etruscos Lévi-Strauss, C. Tristes Tropiques Salesse, Y. (ed.coord.) Pour des Politiques Alternatives Maalouf, A. Les Identités Meurtrières.

Levo valiosa bagagem para ler nos próximos meses. O do Maalouf vai ser leitura repetida e provavelmente, mais uma vez, muito própria aos tempos que correm. Não posso deixar de mostrar como ele fala de assuntos sérios (embora em línguas estrangeiras):

« Ne quittons pas encore Sarajevo. […] Observons, dans la rue, un homme d’une cinquantaine d’années.
« Vers 1980, cet homme aurait proclamé : « Je suis yougoslave ! », fièrement, et sans état d’âme ; questionné d’un peu plus près, il aurait précisé qu’il habitait la République fédérée de Bosnie-Herzégovine. Et qu’il venait, incidemment, d’une famille de tradition musulmane.
« Le même homme, rencontré douze ans plus tard, quand la guerre battait son plein, aurait répondu spontanément, et avec vigueur : « Je suis musulman ! » […] Aujourd’hui, notre homme, interrogé dans la rue, se dirait d’abord bosniaque, puis musulman […]
« Ce même personnage, si on le retrouve au même endroit dans vingt ans, comment voudrait-il se définir ? Laquelle de ses appartenances mettra-t-il en premier ? Européen ? Musulman ? Bosniaque ? Autre chose ? Balkanique, peut-être ? »