os olhos juntaram-se a uns quantos outros a hoje ver timor ao longe. nao e por acaso, uma memoria escondida veio dizer que era 12 de novembro. fui ver, era o massacre. faz anos que um rapaz chamado max se encheu de coragem e filmou tudo. e que fez o mundo incendiar-se em manifestacoes, durante muitos meses.
lia poucas noticias e para mais era verao, seis meses depois. de caminho do sul para lisboa vemos um carro com um pano branco. – fassem ichto para osh casah-mentush? perguntou a italiana. – sim, normalmente… ao sabado… com… panos mais pequenos… – oolhah, o-tro. – tens razao, deve ser um casamento. (musica, conversas). – olhah, mash saun muitosh… – sim…
a ponte estava cheia de gajos para o casah-mentush. todos parados, mas so como e habito. perguntamos aos senhores do lado o que era aquilo. – eh por timor. – vis-tesh, naun podiam ser um casah-mentush. onde eh qui eh timor? …
veio a independencia. e depois os problemas. e a solucao primeira para os problemas. e os outros antes de nos. e depois nos. depois uns anos bons, seguidos de mais problemas, da situsaun, seguidos de acalmia, e depois os outros depois de nos. e o tempo passou. passa. espero que continue tudo bem, keta halua.
nao fosse o rapaz chamado max talvez tudo tivesse acontecido na mesma, ou se calhar nao. talvez acontecesse, mas de maneira diferente e um bocado mais tarde quando nos ja estivessemos todos a trabalhar noutra coisa qualquer, tipo numa camara, ou numa empresa, ou num monte a ver as vacas passar. e ninguem soubesse que santa cruz era, bem, o que era, o sitio onde eu nao gostava de passar. e nao tivessemos ido a timor. trabalhar. sorrir. chorar. crescer. sentarmo-nos nos casah-mentush. comer arrozinho. viva o max. abracos
2 Comments so far
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As saudades que eu tinha de ler um post teu.
Comment by Joao November 14, 2012 @ 6:11 amEstou em Port au Prince, ve la tu…
Abraço.
a serio? e qual joão és tu? manda.me um mail. abraco
Comment by mmux November 15, 2012 @ 6:56 pm